domingo, 6 de outubro de 2013

DESCULPA INFELIZ



No último dia 20 de agosto comemoramos o DIA DO MAÇOM. Diversos Irmãos ausentes dos nossos trabalhos templários prestigiaram os eventos realizados pelas Lojas e Potências paraibanas. Nestes encontros, infelizmente, voltou a tona o seguinte adágio maçônico: “Me afastei da Ordem, porque atualmente os dirigentes só fazem bater malhetes.”

Utilizo este espaço para me manifestar sobre este mau que assola a Maçonaria brasileira, onde alguns saudosistas acomodados o utilizam para tentar justificar as respectivas ausências nos labores maçônicos. Acredito também que estes Maçons não saibam, mas esta máxima é sinônimo de incapacidade, preguiça, imobilismo ou comodismo.

Afirmo categoricamente que o famoso “bater malhetes” é o slogan desses Irmãos que vivem atrapalhando as gestões de suas Lojas e Obediências, cobrando dos dirigentes atitudes mirabolantes e irreais. Não passam da retórica e quando são escolhidos para trabalhar desconversam e somem.

Esta pérola deve ter como autor algum Irmão que não teve o prazer de ver a Maçonaria penetrar no seu âmago. Devemos ainda conscientizar esses Irmãos que Maçonaria não se resume em uma reunião semanal, jantares, feijoadas ou qualquer outro festival gastronômico.

O Irmão Raimundo Rodrigues, falecido em 03 de outubro de 2010, ensinou  que o iniciado abandona a Maçonaria porque teria sido atingido por três males: “dois de nascimento e um de crescimento. O mal escolhido (o candidato foi iniciado por ser amigo do proponente e não por ter vocação, segue-se uma sindicância imperfeita). O mal iniciado (cerimônia com passagens bisonhas, gracejos, visitas a lugares estranhos). E o mal instruído (pobreza didática do instrutor, falta de leitura dos clássicos maçônicos, acessos a invencionices e achismos).” Prossegue o Irmão: “este último item (precariedade de instrução) se agrava com a pressa em concessão de aumento de salário.”

O Maçom instruído deve ter sempre em mente que a Maçonaria dentro dos seus Princípios Gerais, ensina que é dever de todo Maçom trabalhar pelo progresso do homem. O que significa esta assertiva? Será que no interior dos nossos Templos, reunidos em qualquer dos Graus Simbólicos, não estamos cumprindo com esta obrigação maçônica? Será que quando Irmãos afirmam “que na atual Maçonaria só se faz bater malhete”, não estão demonstrando uma tremenda ignorância maçônica desconhecendo os fins da nossa Instituição?

É fato que no Século XVIII quando a Maçonaria foi introduzida no País seu  principal objetivo era libertar o povo brasileiro do julgo português. Assim, de forma competente, participou ativamente de todas as conquistas históricas que favoreceu os brasileiros.

Quando nossos atuais dirigentes forem cobrados a procederem como nossos antepassados, devem lembrar que neste período não existiam os Poderes constituídos (Executivo, Legislativo e Judiciário), isto sem falar no Ministério Público. Infelizmente, acredito que estes fatos históricos são utilizados para que Maçons omissos ou perjuros justifiquem respectivas incapacidades como membros da Fraternidade Maçônica.

Dirigir uma Loja Maçônica não é atribuição exclusiva da direção eleita, é de todos os seus membros, principalmente dos Mestres.

Vamos acabar com este provérbio de mal gosto, pois a Maçonaria paraibana e brasileira, apesar das dificuldades, é constituída de homens sérios que buscam incansavelmente condições para que a mesma cumpra sua missão histórica.

Estamos no século XXI e a Ordem Maçônica tem que acompanhar a modernidade, sem jamais se afastar dos seus valores tradicionais e seculares.

 

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