Irmão Antônio do Carmo Ferreira *
“Em se plantando, tudo dá” (Caminha). Mas “O homem não colherá diferente daquilo que semeia,” (Gálatas 6, 7)
Estamos enviando os parabéns à Escola Estadual Luiza
Nunes Bezerra, por estar recebendo, nesta data, o Prêmio Gestão Escolar, que
lhe é concedido pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação – Consed.
A Escola, localizada no município de Juara, estado de
Mato Grosso., está voltada para o ensino fundamental em que matricula 870
alunos e ninguém abandona a sala de aula, sendo inexistente em seu dicionário a
expressão “evasão escolar”.
A educação básica no Brasil é avaliada,
em sua qualidade, por um índice que se denomina Ideb. No início do fundamental,
a média nacional do Ideb é 5, e no fim a média nacional do Ideb é 4,1.
A Escola Luiza Nunes Bezerra teve, na avaliação
premiada, os Idebs 6,8 e 6,7 respectivamente. Merecida, portanto a premiação.
Aliás muito merecida: (a) 1º lugar; (b) o título de Escola Referência Brasil;
e (c) R$ 30.000,00 em dinheiro.
O Congresso Nacional, a que os parlamentares
comparecem ganhando muito dinheiro, precisa tomar conhecimento do esforço dessa
Escola, da dedicação de sua direção, do empenho de seus mestres, do interesse e
motivação de seus alunos. Desse brilho que vem do interior de Mato Grosso.
Quem sabe, ao conhecer esse feito tão brilhante, o
Congresso não se daria, a si mesmo, o
prêmio de aprovar o Plano Nacional de Educação 2 que por lá perambula há mais de dois anos, sem se
ter sequer uma hipótese, em face de tamanho desinteresse a que está
entregue, de quando seguirá para a
sanção presidencial!
O Plano Nacional de Educação tem sua existência
obrigatória pela Constituição Federal, (Art. 214 da CF), pois é o instrumento
que estabelece as metas e os meios, por intermédio dos quais o governo cumpre e
torna possível “a educação que é um direito de todos” (Art. 205 da CF). E mais: a
negligência para com essa disposição
“importa responsabilidade da autoridade competente” (Art. 208, § 2º da CF).
No mundo todo é sabido que sem a educação de
qualidade, não se vai a lugar algum. Então como sonhar com o progresso do
Brasil, com o nosso desenvolvimento, com o bem-estar dos brasileiros,
emperrados, como estamos, em termos de educação?
Aqui e ali, de vez em quando, um prefeito, um
governador, um ministro, faz um esforço danado, aí surge uma gambiarra, um
puxadinho, e a educação, naquele pedacinho do mundo, tem um impulso. Mantém-se
enquanto ele estiver no cargo. Passado o seu mandato, esvai-se o projeto. Por
isso que a educação não deve ser um projeto de governo. A educação terá que ser
um projeto de estado.
Continuarei em minha pregação, gritando em favor da
aprovação do Plano Nacional de Educação 2, clamando pela urgente erradicação do
analfabetismo, pelo respeito à dignidade dos professores, pelo ensino em escola
de tempo integral e profissionalizante, pela melhoria da qualidade do ensino, por uma lei que penalize a irresponsabilidade educacional
Os parabéns à Escola Estadual Luiza Nunes Bezerra
devem ser enviados, não só por este articulista, mas por todos os brasileiros,
pois o esforço para sua premiação é o exemplo a ser seguido.
* Grão-Mestre do Grande
Oriente Independente de Pernambuco e Presidente da Associação Brasileira de
Imprensa Maçônica.
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