terça-feira, 12 de novembro de 2013

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA




Qualquer estudante mediano sabe que uma das mais importantes conquistas democráticas da humanidade foi a separação entre religião e política. Infelizmente esta conquista vem sendo confrontada pela Intolerância.
Para considerável parcela de estudiosos existem diversos tipos desta anomalia. Como exemplo temos o racismo, o chauvinismo, o preconceito linguístico e a xenofobia.
Atualmente verificamos o surgimento da chamada Islamofobia, ou seja, o sentimento de ódio ou repulsa em relação aos praticantes do Islã ou a própria religião.
A Islamofobia não é um preconceito recente, basta lembrar da barbárie perpetrada pelos Cruzados. A França colonial utilizava da intolerância para privar os nativos de suas propriedades e dos seus direitos civis. Os muçulmanos só poderiam se tornar cidadãos franceses e recuperar seus bens se rejeitassem a fé islâmica.
Hodiernamente esta repudiação é exercitada com publicações de charges satirizando Maomé; escritos, filmes e discursos onde os detratores procuram mostrar a qualidade primitiva dos praticantes da religião.
No outro lado do conflito temos clérigos que aplacam sua sanha invocando de forma absurda os pilares de sua fé.
As lideranças antagônicas contam com o apoio de grupos sectários ou criminosos, além de dirigentes de Países onde estão instaladas as chamadas Repúblicas Teocráticas, ou seja, sistemas de governos comandados direta ou indiretamente por sacerdotes de uma determinada religião, onde as ações do Estado são submetidas às normas da religião oficial.
Toda religião tem como escopo incrementar a relação dos homens com a espiritualidade, enfatizando valores morais e éticos. Parece que esta finalidade está sendo relegada, sendo priorizadas ações retrógradas que alimentam ódios difundidos há várias gerações.
Atualmente alguns estados teocráticos e lideranças religiosas travam batalhas, domésticas ou extrafronteiras, que em nada contribuem para o engrandecimento dos povos e de sua fé.
Como se não bastasse o preconceito acima enfocado, lamento a existência de conflitos envolvendo praticantes de outros credos.
Um exemplo desta intransigência é a discórdia entre muçulmanos, constituídos pelos grupos xiitas, sunitas e alauítas. Temos também profundas divergências no catolicismo conforme atitudes adotadas pela Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Católica Ortodoxa e Igreja Católica Copta. No judaísmo as discordâncias são latentes nos seus diversos ramos. Nas doutrinas oriundas da Reforma Protestante as discrepâncias são constantes ocasionando o surgimento de novas denominações que parecem concorrer entre si.
Deixando de lado as três maiores religiões monoteístas do mundo, temos também dissonâncias em diversas partes do mundo envolvendo adeptos de doutrinas como xintoísmo, sikhismo, hinduísmo, budismo, dentre outros.
O extremismo gera um enorme fosso entre os crentes, levando-os a evitar uma aproximação com outras crenças. Este salutar intercâmbio visa exercitar a tolerância, preceito defendido por qualquer culto.
“O Espírito de Deus não é propriedade de nenhuma igreja, de nenhuma instituição, de nenhum grupo religioso.” (Pe. Nilo Luza)
Líderes priorizam formas obsoletas de conduzir sua missão evangelizadora e em algumas oportunidades externam sua cólera contra outras doutrinas. Os púlpitos estão sendo relegados e em alguns casos trocados por espaços nas casas legislativas e mídias.
Com estas colocações não estou defendendo a tese que os religiosos devem ser pessoas alienadas e apolíticas, porém utilizar a religião para justificar procedimentos extremados é um processo que deve ser combatido, estando nesta  lide todos os iniciados nos augustos mistérios maçônicos. 
A Maçonaria ensina a seus adeptos que o proselitismo religioso é incompatível com a universalidade do espírito maçônico.

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