Qualquer
estudante mediano sabe que uma das mais importantes conquistas democráticas da
humanidade foi a separação entre religião e política. Infelizmente esta
conquista vem sendo confrontada pela Intolerância.
Para considerável parcela de estudiosos
existem diversos tipos desta anomalia. Como exemplo temos o racismo, o
chauvinismo, o preconceito linguístico e a xenofobia.
Atualmente verificamos o surgimento
da chamada Islamofobia, ou seja, o sentimento de ódio ou repulsa em relação aos
praticantes do Islã ou a própria religião.
A Islamofobia não é um preconceito
recente, basta lembrar da barbárie perpetrada pelos Cruzados. A França colonial
utilizava da intolerância para privar os nativos de suas propriedades e dos
seus direitos civis. Os muçulmanos só poderiam se tornar cidadãos franceses e
recuperar seus bens se rejeitassem a fé islâmica.
Hodiernamente esta repudiação é
exercitada com publicações de charges satirizando Maomé; escritos, filmes e
discursos onde os detratores procuram mostrar a qualidade primitiva dos
praticantes da religião.
No outro lado do conflito temos
clérigos que aplacam sua sanha invocando de forma absurda os pilares de sua fé.
As lideranças antagônicas contam com
o apoio de grupos sectários ou criminosos, além de dirigentes de Países onde
estão instaladas as chamadas Repúblicas Teocráticas, ou seja, sistemas de
governos comandados direta ou indiretamente por sacerdotes de uma determinada
religião, onde as ações do Estado são submetidas às normas da religião oficial.
Toda religião tem como escopo
incrementar a relação dos homens com a espiritualidade, enfatizando valores
morais e éticos. Parece que esta finalidade está sendo relegada, sendo
priorizadas ações retrógradas que alimentam ódios difundidos há várias
gerações.
Atualmente alguns estados teocráticos
e lideranças religiosas travam batalhas, domésticas ou extrafronteiras, que em
nada contribuem para o engrandecimento dos povos e de sua fé.
Como se não bastasse o preconceito
acima enfocado, lamento a existência de conflitos envolvendo praticantes de
outros credos.
Um exemplo desta intransigência é a
discórdia entre muçulmanos, constituídos pelos grupos xiitas, sunitas e
alauítas. Temos também profundas divergências no catolicismo conforme atitudes
adotadas pela Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Católica Ortodoxa e
Igreja Católica Copta. No judaísmo as discordâncias são latentes nos seus
diversos ramos. Nas doutrinas oriundas da Reforma Protestante as discrepâncias
são constantes ocasionando o surgimento de novas denominações que parecem
concorrer entre si.
Deixando de lado as três maiores
religiões monoteístas do mundo, temos também dissonâncias em diversas partes do
mundo envolvendo adeptos de doutrinas como xintoísmo, sikhismo, hinduísmo,
budismo, dentre outros.
O extremismo gera um enorme fosso
entre os crentes, levando-os a evitar uma aproximação com outras crenças. Este
salutar intercâmbio visa exercitar a tolerância, preceito defendido por
qualquer culto.
“O Espírito de Deus não é propriedade
de nenhuma igreja, de nenhuma instituição, de nenhum grupo religioso.” (Pe.
Nilo Luza)
Líderes priorizam formas obsoletas de
conduzir sua missão evangelizadora e em algumas oportunidades externam sua
cólera contra outras doutrinas. Os púlpitos estão sendo relegados e em alguns
casos trocados por espaços nas casas legislativas e mídias.
Com estas colocações não estou
defendendo a tese que os religiosos devem ser pessoas alienadas e apolíticas,
porém utilizar a religião para justificar procedimentos extremados é um
processo que deve ser combatido, estando nesta
lide todos os iniciados nos augustos mistérios maçônicos.
A Maçonaria ensina a seus
adeptos que o proselitismo religioso é incompatível com a universalidade do
espírito maçônico.
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