Nas
relações no mundo profano como no meio maçônico os homens devem observar algumas normas existentes,
sejam elas ditadas pela tradição ou inseridas no arcabouço jurídico da
comunidade. Dentre essas regras encontramos a coerência, ou seja, procedimento
uniforme, lógico e coeso que provoca ações harmônicas e estáveis.
Como membro da sociedade maçônica e
interessado nos atos e fatos que a regulamentam, procuro me inteirar dos
acontecimentos que a norteiam, alguns de fácil entendimento e outros de difícil
concordância.
Recentemente repercutiu a decisão do
Soberano Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil (GOB) sobre a
intervisitação. Esta autoridade determinou que os Maçons do GOB só devem
visitar ou aceitar visitantes de Obediências que estejam elencadas no “List of Lodge”, livro publicado
pela Grandes Lojas Americanas, o qual
relaciona as coirmãs com quem mantém tratado de amizade e mútuo
reconhecimento.
A
publicação deste alfarrábio mostra o avanço da maçonaria norte-americana,
obrigando a Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI) a aceitar os certificados de reconhecimento por ela expedidos. O “list of Lodge” é, sem sombra de
dúvidas, uma certidão de reconhecimento. Em
outras palavras, o recuo dos ingleses mostra cabalmente a perda de prestígio
uma vez que a GLUI era a única a possuir este direito, para alguns revestidos
de uma áurea sobrenatural.
É sustentado que em observância ao
princípio da legalidade somente Maçons subordinados a Grandes Lojas ou Grandes
Orientes vinculados ao “List of Lodge”
devem participar dos trabalhos templários das Oficinas jurisdicionadas ao Grande
Oriente do Brasil. Ocorre que esta observância nem sempre é observada, gerando
o famoso “por quê”. Sabemos que reconhecimento é um
processo político e que, em certos momentos, é utilizado para atender interesses sazonais.
A Maçonaria pátria possui mais de 211
mil Maçons conforme dados divulgados pela Maçonaria Unida de São Paulo,
qualificando-a como a terceira do mundo em número de adeptos. Não estaria na
hora dos gestores da COMAB, CMSB e GOB, utilizando estes dados estatísticos, se
unirem para resolver a questão do reconhecimento e de outros problemas que abalam
a Ordem. Vamos seguir o exemplo da
Maçonaria germânica, que criou uma representação para falar em nome de todos os
Maçons residentes na Alemanha.
Seria esta providência impossível?
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